Que bom seria se todos
tivessem um assento de honra em banquete em alguma ocasião na vida! Não há erro
em honrarmos uns aos outros; porém, os fariseus exigiam honra. Eles precisavam
desesperadamente ser reconhecidos como homens respeitáveis – o que eles
realmente não eram. Os fariseus tinham necessidade de serem honrados. Jesus
tira suas máscaras quando declara: “Amam o primeiro lugar nos banquetes e as
primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados
mestres pelos homens” (Mt 23.6-7).
No capítulo 23 de Mateus, o Senhor
Jesus recrimina a sede de honra que os fariseus tinham, e repreendeu seus
discípulos pelo mesmo pecado conforme lemos em textos como Mateus 18.1-5;
19.27; 20.28. O desejo de ser o número um, de ser considerado grande, é o
desejo que se combate com mais freqüência nos Evangelhos. Em Mateus capítulo
23, Jesus expõe o ‘grandismo’ como a
principal fonte de uma fé falsa.
A necessidade que os fariseus
sentiam de honra e a sua ânsia de serem vistos como grandes é demonstrada no
seu amor à saudação “Meu Grande”,
que é o significado literal de Rabi (mestre). O equivalente moderno de Rabi
depende do grupo religioso em questão. Em alguns grupos, pode ser “Pastor
Presidente”. Em outros, o título “Doutor”, “Reverendo”, “Bispo”, “Apóstolo”, ou
“Ancião” mostra quem é o número um. Estes títulos deixam o titular à cima das
pessoas comuns, o que, é claro, é a razão de existirem.
Há líderes de igreja que ensinam
todo mundo (inclusive membros de sua família) a referir-se a eles como Pastor
Fulano ou Dr. Beltrano. Este treinamento, penso que é para acrescentar
reverência ou honra a posição deles. A exigência de status especial denota uma
falta de verdadeira confiança. Líderes inseguros exibem sua piedade e cobiçam
posições, títulos e cargos porque eles fazem tudo “para serem vistos pelos homens”. Deve ser por isso que Jesus
proibiu esses títulos honoríficos e a exigência de status (Mt 23.8-12). Jesus
não está dizendo que em sua Igreja não deva haver quem funcione como pai ou mãe
espiritual, assim como pastores, mestres, doutores em teologia, ou líderes. Ao
contrário, ele está dizendo que títulos que descrevem nossas funções ou
serviços nunca deveriam ser usados para nos colocar acima dos outros ou para
obrigar nossos irmãos e irmãs a nos olharem como “grandes”. Por mais que nós
sintamos a necessidade de cargos ou símbolos de autoridade para melhorar nossa
imagem e sustentar nossa confiança, Jesus não permite isto. O único caminho para a grandeza no reino de
Deus é através de serviço humilde. Paulo aborda este tema em Filipenses
capítulo 2.3, 5-7: “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade,
considerando cada um os outros superiores a si mesmo ... Seja a atitude de
vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser
igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo
a ser servo”. E esta busca de humildade através de serviço humilde tem
conseqüências eternas. Jesus diz: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado;
e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12). De acordo com Da
Le Brunet: “Os dois verbos no futuro e na voz passiva nesta frase – ‘será
humilhado’ e ‘será exaltado’ – se referem a veredictos do último julgamento”.
Portanto, se o serviço humilde não for recompensado agora, ele o será naquela
ocasião. E mesmo que o abuso espiritual cometido por líderes não seja julgado
agora, ele o será então (Mt 16.27). Amém.
Abuso
Espiritual – Ken Blue – ABU.
Por Pastor Josué
Rêgo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário