quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lugares e Títulos de Honra



        Que bom seria se todos tivessem um assento de honra em banquete em alguma ocasião na vida! Não há erro em honrarmos uns aos outros; porém, os fariseus exigiam honra. Eles precisavam desesperadamente ser reconhecidos como homens respeitáveis – o que eles realmente não eram. Os fariseus tinham necessidade de serem honrados. Jesus tira suas máscaras quando declara: “Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23.6-7).
         No capítulo 23 de Mateus, o Senhor Jesus recrimina a sede de honra que os fariseus tinham, e repreendeu seus discípulos pelo mesmo pecado conforme lemos em textos como Mateus 18.1-5; 19.27; 20.28. O desejo de ser o número um, de ser considerado grande, é o desejo que se combate com mais freqüência nos Evangelhos. Em Mateus capítulo 23, Jesus expõe o ‘grandismo’ como a principal fonte de uma fé falsa.
           A necessidade que os fariseus sentiam de honra e a sua ânsia de serem vistos como grandes é demonstrada no seu amor à saudação “Meu Grande”, que é o significado literal de Rabi (mestre). O equivalente moderno de Rabi depende do grupo religioso em questão. Em alguns grupos, pode ser “Pastor Presidente”. Em outros, o título “Doutor”, “Reverendo”, “Bispo”, “Apóstolo”, ou “Ancião” mostra quem é o número um. Estes títulos deixam o titular à cima das pessoas comuns, o que, é claro, é a razão de existirem.
           Há líderes de igreja que ensinam todo mundo (inclusive membros de sua família) a referir-se a eles como Pastor Fulano ou Dr. Beltrano. Este treinamento, penso que é para acrescentar reverência ou honra a posição deles. A exigência de status especial denota uma falta de verdadeira confiança. Líderes inseguros exibem sua piedade e cobiçam posições, títulos e cargos porque eles fazem tudo “para serem vistos pelos homens”. Deve ser por isso que Jesus proibiu esses títulos honoríficos e a exigência de status (Mt 23.8-12). Jesus não está dizendo que em sua Igreja não deva haver quem funcione como pai ou mãe espiritual, assim como pastores, mestres, doutores em teologia, ou líderes. Ao contrário, ele está dizendo que títulos que descrevem nossas funções ou serviços nunca deveriam ser usados para nos colocar acima dos outros ou para obrigar nossos irmãos e irmãs a nos olharem como “grandes”. Por mais que nós sintamos a necessidade de cargos ou símbolos de autoridade para melhorar nossa imagem e sustentar nossa confiança, Jesus não permite isto. O único caminho para a grandeza no reino de Deus é através de serviço humilde. Paulo aborda este tema em Filipenses capítulo 2.3, 5-7: “Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo ... Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo”. E esta busca de humildade através de serviço humilde tem conseqüências eternas. Jesus diz: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12). De acordo com Da Le Brunet: “Os dois verbos no futuro e na voz passiva nesta frase – ‘será humilhado’ e ‘será exaltado’ – se referem a veredictos do último julgamento”. Portanto, se o serviço humilde não for recompensado agora, ele o será naquela ocasião. E mesmo que o abuso espiritual cometido por líderes não seja julgado agora, ele o será então (Mt 16.27). Amém.  
Abuso Espiritual – Ken Blue – ABU.

Por Pastor Josué Rêgo. 

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